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Fanáticos por celulares, mas também preocupados com o

O que significa seguro de vida para os jovens? E auxílio funeral?
Estão preparando o momento da aposentadoria? O que esperam de
sua relação com o seguro? Muitas são as questões que permeiam a

TEXTO Candela López

“Depois da Segunda Guerra Mundial, o carro se tornou um símbolo de
amadurecimento, prosperidade e liberdade. Para os jovens de todo o mundo,
adquirir um automóvel era considerado um rito de entrada na vida adulta. E, para
as famílias, um veículo era símbolo de status e uma vida boa. No entanto, os
tempos mudaram. O carro já não é um símbolo de liberdade. O aparecimento da
Internet, as tecnologias móveis e as redes sociais transformaram completamente a
forma como os mais jovens interagem entre si e com o mundo”. Esta afirmação
categórica pertence a um dos maiores estudos realizados nos últimos anos sobre
a chamada geração dos millennials: ou seja, os nascidos nas duas últimas
décadas do milênio passado e que agora têm entre 18 e 33 anos. Do estilo de vida
descrito no pesquisa, se deduz que, de fato, os tempos mudaram muito. E vão
continuar mudando.
As conclusões deste estudo, a pedido do think tank Frontier Group nos Estados
Unidos, se repetem em todas as pesquisas similares. Os millennials são retratados
como jovens bastante preparados e, ainda assim, com difícil acesso a empregos,
individualistas, narcisistas; porém, ao mesmo tempo, muito sociáveis e
preocupados com causas como o meio ambiente e a sustentabilidade. Mas, acima
de tudo, o que se destaca em relação a outras características é sua condição de
nativos digitais: usam os celulares constantemente e estão sempre conectados às
redes sociais. Uma pesquisa realizada pela agência de publicidade McCann
garante que mais da metade dos menores de 22 anos preferiria perder o sentido
de olfato em vez de seu notebook ou smartphone.
Economizar diante um futuro incerto
Com este perfil geral, parece difícil imaginar um millennial interessado outra coisa
além do celular. Mas, ao entrar em detalhes, descobrem que esses jovens têm
inquietudes muito mais profundas. Por exemplo, o pesquisa Os millennials 
revelam uma profunda preocupação com o futuro: 85% não confiam no sistema
público de aposentadorias e mais da metade pensa em economizar para
complementar a aposentaria a receber do Estado.

86,5% A GRANDE MAIORIA DOS MILLENNIALS CONSIDERA QUE OS SEGUROS SÃO NECESSÁRIOS

Diante destas perspectivas obscuras, é lógico que os millennials estão
predispostos a economizar no futuro, por muito que no presente suas
preocupações pareçam mais levianas. Não obstante, de acordo com o pesquisa,
esta geração desconhece consideravelmente as alternativas oferecidas pelo setor
de seguros para canalizar essas economias que consideram tão necessárias.
Diferentemente de outros países ao nosso redor, desconhecem como funcionam
os produtos com os quais conta o setor, como os seguros de vida e os planos de
aposentadoria. De fato, quando uma pessoa com menos de 30 anos conta a seus
conhecidos que tem um plano de aposentadoria, costuma ser alvo de brincadeiras.
Outra característica que se costuma atribuir aos millennials é que eles não gostam
dos bancos tradicionais nem de ir às agências. Para eles, é melhor operar on-line
com celulares, tablets e computadores. Também costuma-se dizer que preferem
gastar seu dinheiro em experiências (viagens, eventos esportivos, musicais ou
artísticos, festas), morar de aluguel e se deslocar em transporte público ou em
carros compartilhados em lugar de adquirir bens tradicionais como casas ou
veículos. No entanto, do estudo Os millennials e o seguro na Espanha inferem-se
outros dados: de forma geral, embora os mais jovens considerem mais vantajoso
viver de aluguel porque, com isso, têm mais mobilidade e não ficam presos a um
financiamento imobiliário, à medida que aumenta a idade, aumenta também o
desejo de comprar um imóvel para ir criando um patrimônio e ter uma forma de
economia: 76,6% desejavam comprar uma casa no futuro e 23,4% achavam que
vão viver sempre de aluguel.

Os millennials são conscientes de que, no futuro, mais quantos mais bens tiverem
e mais responsabilidades assumirem, precisarão contratar seguros.

O principal objetivo do seguro: a proteção de seus bens
A verdade é que a faixa de idade em que se encontram os millennials é muito
complexa porque se trata de uma fase em que ocorrem as mudanças talvez mais
importantes da vida de uma pessoa. Uma época definida pela chegada à
universidade, a entrada no mercado de trabalho, o início das relações estáveis
(com a possibilidade de que se transformem em casamento) e, finalmente, a
formação de uma família. E isto está diretamente relacionado com uma das
principais conclusões da pesquisa: quanto mais aumenta a idade, mais bens duradouros
adquirem e mais se aproximam ao mundo dos seguros, pois a proteção dos bens é, para
eles, o objetivo principal do seguro. Ou seja, não é que rejeitam os seguros, mas
postergam sua aproximação a eles para o futuro. A grande maioria, especificamente 86,5%,
os considera, de fato, necessários.
E quais consideram mais necessários? Aqueles cuja finalidade é precisamente
proteger os bens que consideram mais valiosos: carros, casa e saúde. O interesse
em saber como funciona os demais produtos de seguros, como os de vida ou de
auxílio funeral, é bastante baixo. Em muitos casos, o seguro de vida se confunde
totalmente com o de auxílio funeral e ambos são relacionados frequentemente, a
apenas “indenizações” para a família.
Um caso curioso é o seguro para celulares: embora os millennials não concebam a
vida sem um smartphone, a maioria não considera este produto tão relevante
como os que cobrem bens de maior valor econômico como a casa ou o carro. Os
millennials são muitos e muito diferentes. Somente no Brasil há mais de setenta
milhões. Mais ou menos 30% da população. Seu aparente desinteresse pelos
seguros não tem a ver apenas com o fato de que a maioria se emancipa mais
tarde que seus pais e avós (6 em cada 10 moram com os pais), mas que também
é sintoma de que esta geração não está crescendo com uma formação ou
informação suficiente que permita fazer uma avaliação pessoal e objetiva sobre o
setor: 82% afirmam que não entendem bem a linguagem dos contratos. No
entanto, apesar deste desconhecimento geral, são conscientes de que, no futuro,
precisarão contratar seguros. Mais quantos mais bens tiverem e mais
responsabilidades assumirem. Como qualquer outra geração.